"Quase sempre a lápis em pedaços esparsos de papel, seguindo o curso aleatório de meus devaneios ou de minhas caminhadas" "O narrador é um ser feito de palavras, não de carne e osso, como os autores tendem a ser"
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
A pequena
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
A cada desencontro
Sorrir e gesticula. Meus ouvidos fingem que escutam, meus olhos permanecem atentos aos dela, minha voz cala-se. Como ela consegue? A falsidade é um dom para poucos. De repente, sinto um vento frio, não é lá fora, é aqui dentro, meu coração está petrificado. A cada encontro, a cada desafio.
- Olá garota!
(Ah! realmente ela tem o dom)
- Olá.
Com ponto, sem exclamação.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Inconstância
domingo, 18 de novembro de 2007
1 ano
Será que te mudei durante este ano? Seu sorriso aberto ainda está lá, teu beijo provocante e teus olhos como uma presença me observam. Teu corpo é uma continuação do meu. Tua voz, Ah tua voz, grito da alma, desperta os desejos e anseios por tuas palavras. Teu cheiro, tua saliva, teus dedos, teu sentir. Toque no infinito, toque em mim. Acordei para ti e para mim. Amo-te.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Anos e Anos
A sensação muda
O ambiente se transforma
E eu aqui neste cantinho
escrevendo neste papel...
Esperando, atuando e, principalmente
sonhando.
Vai, acorda! Toma café, engole o choro e
Vive.
Amanhã, você escreve mais e risca
estas linhas tortas.
Minha fome = Minha vontade = Existência = Essência= Exagero=Hipérbole=Paixão
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
O Jornalismo
(Fatos reais)
O chefe: Não é possível! Vocês não conseguem entender que este site precisa de acessos.
Economista: Os acessos trazem patrocinadores.
Editora chefe: O problema está na nossa linha editorial, não concordo que toda vez que alguém morre na cidade, temos que mobilizar a redação toda. Cada jornalista tem sua especialidade. Temos que usar o potencial de cada profissional.
Editora de cultura: Concordo plenamente. Eu estava fazendo uma matéria cultural, quando tive que parar tudo, para ir atrás de um corpo.
O chefe: Não querendo desmerecer o seu trabalho, mas cultura, NÃO DÁ DINHEIRO. Enquanto temos mais de cem acessos com esse corpo, uma matéria cultural tem apenas cinco.
Editora chefe: mas, nós como comunicadores, temos que fazer o diferencial. Temos que apresentar um algo mais para a população.
O chefe: Mas, esse algo mais, NÃO PAGA O SEU SALÁRIO! Precisamos de dinheiro para manter o site.
Economista: Um site é feito por patrocinadores que exigem acessos.
O chefe: Por isso, vão atrás do morto, que é ele que paga o salário de vocês.
editor de política: Calma, veja o meu exemplo, fui cobrir um show, para o caderno de cultura, e esse evento acabou em pancadaria e até morte. Lógico que no final deu uma ótima matéria policial.
O chefe: Se for assim, tudo bem!
Editora Chefe: o papel do comunicador não é esse, temos que MUDAR O MUNDO!
O chefe: Tenta mudar o mundo sem salário, tenta.
E o silencio toma a sala. Quem será que está certo?
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Na casa
Diferenças e semelhanças fazem. Fazem-me. E para elas também. Entender o que está acontecendo na casa. Na casa cabem cinco, porém cinco mundos distintos que se cruzam e se repelem. Elas querem assim, eu quero de outro jeito. Guerra? Não. Silêncio. Infelizmente o silêncio é o melhor caminho. Portas trancadas para as palavras, mas não sou complexa, sou tão fácil. Às vezes, parece que me odeiam, pior, desprezam-me. 3 em 1. Uma solitária. Prefiro assim, a solidão dos meus pensamentos. Não julgo, não acho diferenças, mas a separação é compreensível.
2 de um lado e 1 no outro. E assim é mais fácil. Desculpe-me qualquer coisa.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Mariana era diferente
- Mari, olha só que cabelo desarrumado o seu, amiga!
- A Mari é assim mesmo!
- Assim como? Alguém podia me explicar?
A Mariana não era igual e também não era única. Poderia ser diferente das amigas.
- Mari, olha que gatinho!
- É, pode ser...
Definitivamente, Mariana era diferente.
- Mari, você é infeliz?
- Acho que sim. Sou tão diferente. Não penso e não sinto igual a vocês. Quero mudar!
- Primeiro deixa este cabelo crescer, lixa estas unhas e usa um pouco de maquiagem!
Passam os dias e Mariana está igual.
- Feliz Mari?
- Estou! Procurei um psicólogo. O Dr. Viana, ele é um máximo!
- Ah! Agora sim, você vai ser igual à gente. Conta como é lá?
- Olha só, no próximo dia, irei mostrar meus poemas e falaremos sobre artes.
- E quando você vai mudar?
- Não sei, só sei que é muito legal e estou me identificando com tudo.
E o silêncio toma as amigas.
- Minha gente, vocês viram o filme com aquele ator lindo e maravilhoso?
- Ainda não! Vamos todas!
E Mariana não entendia, não era para ela ser normal, a terapia não estava funcionando.
- E lá vou eu, chegando atrasada. O Dr. Viana não vai perdoar.
- Mariana Alencar?
- Sim, sou eu.
- Você chegou muito atrasada, vai ter que esperar mais meia hora.
- Tudo bem.
- Nossa! Como aqui está frio, não gosto de frio. Muito prazer, meu nome é Laís, e o seu?
- Mariana, prazer. Você veio para o Dr. Viana?
- Sim, claro. Ele é ótimo! Hoje vou mostrar todos os meus contos
- Eu também! Só que poesias. Olha só.
- São muito boas. Posso ficar com algumas, quero colocar no meu blogger.
- Claro, aproveite e anota o endereço dele.
- Aqui está. Prazer Mariana.
- Prazer.
E a noite, ela entra no blogger e lá está a sua poesia. Toda orgulhosa, ler e reler tudo. E comenta, com uma admiração por aquela nova pessoa que conheceu.
- Mariana, você tem que ir para esta exposição, vai ter recital de poesias e bandas experimentais.
- Ah, vou sim, Laís, mas nunca fui a um lugar assim.
- Não há problemas, lá estarão meus amigos, vou apresentá-los.
- Alô Mariana. É a Lia. Tudo certo para o barzinho hoje, não é?
- Sabe o que é Lia, estou morrendo de sono.
- Não acredito Mari!
- É sim, deixa para a próxima.
- Mari, você vai adorar meus amigos, eles são excêntricos e divertidos. Boa Noite, galera! Esta é a Mariana.
- Olá! Pode sentar, aceita um copo de vinho?
- Claro que aceito.
Já passava da meia noite, Mariana não quis ir para casa. A noite estava perfeita. Conversa sobre livro, cinema e poesia. Mariana sorria e sorria.
- Vamos todos para o meu apartamento! Lá tem mais bebida!
Em um momento da noite, Mariana estava olhando para Laís. Seus olhos se cruzaram numa força que elas não saberiam explicar. As mãos encostadas e o impulso era o magnetismo de suas bocas. Era paixão. E, elas, logo descobriram.
- Mari, você está feliz?
Agora sim, Laís. Agora sim.