terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fruto

A árvore estava convidativa, apesar de nunca ter subido em uma. Olhou para o fruto tão vermelho que parecia esboçar um sorriso daquele que espanta qualquer tristeza. Tão límpido e visivelmente saboroso. Poderia se deliciar em instantes divinos, mas receou a queda e no chão permaneceu. Ali, em terra firme, pode imaginar o sabor daquele que nunca seria seu. O medo paralisava ao ponto de nem tentar erguer as mãos para alcançar aquele que não era inalcançável. Não era capaz. No pensamento, lambuzou-se ao ponto de enjoar daquele fruto e desejar não mais tê-lo. Encheria os bolsos até nada mais caber para, enfim, comer como se não houvesse amanha, como se todos os outros frutos não existissem. Seria fiel aquele desejo até o momento de encontrar outra árvore e nela não subir.

Um comentário:

Anônimo disse...

estou lendo todas as suas postagens, pois gostei bastante, principalmente a do Zeca Baleiro.

Beijos,

Stwart Lima