A gordinha desajeitada sentava entre os adultos em uma sala que não era de aula porque era de estar. Ali, a escritora Arriete Vilela evocava Clarice Lispector e o seu conto “Felicidade Clandestina”. A partir daquele dia, a menina gordinha passou a imaginar a personagem do conto encarnada naquela que narrou a história. Arriete se transformou em uma “rainha delicada” na imaginação da pequena.
Anos passam e a garota sentava entre os melhores amigos ao reencontrar a figura da rainha. Era a "própria esperança da alegria" ao relembrar a infância e as primeiras leituras.
A surpresa maior foi, já em terras distantes, a felicidade lhe encontrar novamente. Foi quando ela percebeu que já não era uma garota e sua primeira leitura, e sim "uma mulher com o seu amante”.
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