O teórico Edvaldo Pereira Lima respondeu uma das minhas dúvidas, principalmente, sobre o negativismo do jornalismo. [postagem anterior] Ele define como pensamento improdutivo todo o olhar crítico e cobrador sobre as imperfeições de seus semelhantes e da existência sem, no entanto, trabalhar-se construtivamente uma alternativa de substituição.
"No campo jornalístico existe, naturalmente, a mensagem que incorpora o pensamento improdutivo. São as matérias críticas de cunho amargo. Não encontram saída para os conflitos que abordam, conduzem o leitor a um estado de ânimo depressivo. A leitura que fazem do mundo reflete toda uma perspectiva existente na sociedade moderna de que a realidade se reduz a variáveis fechadas, lineares, além das quais nenhuma outra modalidade de verdade é possível".
Páginas Ampliadas, p. 320.
O teórico fala de um PENSAMENTO PRODUTIVO que dá origem à solução de um problema e das NARRATIVAS DE TRANSFORMAÇÃO:
"Capazes de estimular a ampliação da consciência do leitor. Na basta, hoje, diante dos problemas sérios que o mundo atravessa, exigindo respostas eficazes baseadas numa nova visão da realidade, que as narrativas fiquem presas a apenas relatar as misérias da sociedade, ou o lado sombrio das pessoas, como faz boa parte da mídia periódica [...] Não serve ficarmos embevecidos pelo componente estético de uma boa narrativa, apenas, sem nos perguntamos também “para que serve, que função está cumprindo de elevar, de fato, o nível do entendimento do leitor”? p. 444.
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