O teórico Edvaldo Pereira Lima respondeu uma das minhas dúvidas, principalmente, sobre o negativismo do jornalismo. [postagem anterior] Ele define como pensamento improdutivo todo o olhar crítico e cobrador sobre as imperfeições de seus semelhantes e da existência sem, no entanto, trabalhar-se construtivamente uma alternativa de substituição.
"No campo jornalístico existe, naturalmente, a mensagem que incorpora o pensamento improdutivo. São as matérias críticas de cunho amargo. Não encontram saída para os conflitos que abordam, conduzem o leitor a um estado de ânimo depressivo. A leitura que fazem do mundo reflete toda uma perspectiva existente na sociedade moderna de que a realidade se reduz a variáveis fechadas, lineares, além das quais nenhuma outra modalidade de verdade é possível".
Páginas Ampliadas, p. 320.
O teórico fala de um PENSAMENTO PRODUTIVO que dá origem à solução de um problema e das NARRATIVAS DE TRANSFORMAÇÃO:
"Capazes de estimular a ampliação da consciência do leitor. Na basta, hoje, diante dos problemas sérios que o mundo atravessa, exigindo respostas eficazes baseadas numa nova visão da realidade, que as narrativas fiquem presas a apenas relatar as misérias da sociedade, ou o lado sombrio das pessoas, como faz boa parte da mídia periódica [...] Não serve ficarmos embevecidos pelo componente estético de uma boa narrativa, apenas, sem nos perguntamos também “para que serve, que função está cumprindo de elevar, de fato, o nível do entendimento do leitor”? p. 444.
"Quase sempre a lápis em pedaços esparsos de papel, seguindo o curso aleatório de meus devaneios ou de minhas caminhadas" "O narrador é um ser feito de palavras, não de carne e osso, como os autores tendem a ser"
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Eu não tenho malícia
Eu era estagiária da Gazeta de Alagoas, quando preparei uma pauta sobre um projeto da prefeitura de Maceió que garantia às pessoas de baixa renda do vestido de noiva até o caixão. Lembro da reclamação da repórter ao chefe de reportagem quando recebeu a pauta: “que chapa branca essa matéria!” Ao escrevê-la, nem passou na minha cabeça uma matéria para enaltecer a prefeitura.
Pensei nas histórias interessantes e até inusitadas que a repórter poderia encontrar ao entrevistar as pessoas que necessitam de uma ajudinha até em momentos tão singulares, como a hora do sim e a hora da morte. Alguns devem pensar: “ela é estagiária, ainda não tem a malícia do jornalismo”. Hoje, eu percebo, eu não tenho malícia mesmo. A malícia daqueles que acreditam que notícia para ser notícia precisa de um fator negativo. Percebi o quanto isso é constante no meu Estado ao sair dele. Assisto, diariamente, ao jornal do grupo RBS (Globo gaúcha) e elaborei duas suposições: a primeira foi achar que o Rio Grande do Sul não tinha defeitos. Poucas eram as notícias de violência no Estado. Alguns casos isolados eram mostrados como flashes que se perdiam nas notícias positivas.
A segunda suposição, que eu acredito ser a verdadeira, é que o jornalismo da RBS é que enaltece, demasiadamente, o Estado e prefere não chamar tanto a atenção para os problemas daquele lugar. Foi ai que eu percebi a diferença de Alagoas para o Rio Grande do Sul. Incrível, como em Alagoas é fácil encontrar alguém que aponte defeitos. Ah, os políticos usineiros! Ah, o analfabetismo! É impressionante também como é fácil encontrar um gaúcho orgulhoso de seu passado (A Guerra da Farroupilha não foi uma batalha perdida? Quem lembra?). Não que o estado do Nordeste não tenha problemas e o do Sul não tenha qualidades, por favor! A questão é a autoestima de seus maradores. Se o efeito do jornalismo é causa ou consequência do pensamento dos moradores ainda não descobri.
Eu, como alagoana morando temporariamente no Sul, queria que o 8 se encontrasse com o 80 e formassem um 45? Mas, devo estar errada porque, mais uma vez, eu não tenho malícia.
Pensei nas histórias interessantes e até inusitadas que a repórter poderia encontrar ao entrevistar as pessoas que necessitam de uma ajudinha até em momentos tão singulares, como a hora do sim e a hora da morte. Alguns devem pensar: “ela é estagiária, ainda não tem a malícia do jornalismo”. Hoje, eu percebo, eu não tenho malícia mesmo. A malícia daqueles que acreditam que notícia para ser notícia precisa de um fator negativo. Percebi o quanto isso é constante no meu Estado ao sair dele. Assisto, diariamente, ao jornal do grupo RBS (Globo gaúcha) e elaborei duas suposições: a primeira foi achar que o Rio Grande do Sul não tinha defeitos. Poucas eram as notícias de violência no Estado. Alguns casos isolados eram mostrados como flashes que se perdiam nas notícias positivas.
A segunda suposição, que eu acredito ser a verdadeira, é que o jornalismo da RBS é que enaltece, demasiadamente, o Estado e prefere não chamar tanto a atenção para os problemas daquele lugar. Foi ai que eu percebi a diferença de Alagoas para o Rio Grande do Sul. Incrível, como em Alagoas é fácil encontrar alguém que aponte defeitos. Ah, os políticos usineiros! Ah, o analfabetismo! É impressionante também como é fácil encontrar um gaúcho orgulhoso de seu passado (A Guerra da Farroupilha não foi uma batalha perdida? Quem lembra?). Não que o estado do Nordeste não tenha problemas e o do Sul não tenha qualidades, por favor! A questão é a autoestima de seus maradores. Se o efeito do jornalismo é causa ou consequência do pensamento dos moradores ainda não descobri.
Eu, como alagoana morando temporariamente no Sul, queria que o 8 se encontrasse com o 80 e formassem um 45? Mas, devo estar errada porque, mais uma vez, eu não tenho malícia.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Siga o seu coração
Nas experiências que deixam memórias, aos olhos que vêem se somam o cérebro que compara e o coração que bate acelerado. No momento de evocar, muitas vezes, é o coração quem pede ao cérebro que lembre, e, muitas vezes, a lembrança acelera o coração.
Iván Izquierdo
Iván Izquierdo
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Você é má
Você é má
Você é má luca
Você é má lina
Você é má landra
E você má goa
E você má ssacra
E você má chuca
E você má ta!
Zeca Baleiro
Você é má luca
Você é má lina
Você é má landra
E você má goa
E você má ssacra
E você má chuca
E você má ta!
Zeca Baleiro
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