segunda-feira, 19 de abril de 2010

Diz aí, por que você escreve?

"Para mim não existe diferença entre a literatura e a vida. A literatura foi o caminho que eu encontrei para enfrentar essa bela tarefa de viver"
Ariano Suassuna

"Posso dizer sem exagero, sem fazer fita, que não sou propriamente um escritor. Sou uma pessoa que gosta de escrever, que conseguiu talvez exprimir algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos, que os projetou no papel, fazendo uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada. Mesmo porque não havia analista no meu tempo, em Minas"
Carlos Drummond de Andrade

"Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que foi essa que segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever"
Clarice Lispector

"Eu escrevo para deixar emergir bóias nesse mar revolto, marcações que depois poderão perder o sentido, mas que enquanto estiverem ali poderão ser referências úteis. Escrevo para me convencer"
Daniel Piza

"Escrevo para salvar a alma"
Fernando Pessoa

"Para que meus amigos me amem mais"
Gabriel García Márquez

"Sei lá! Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever"
Graciliano Ramos

"É muito difícil escrever. Lembro-me de uma observação de Goethe que diz que nós somos seres coletivos. O escritor é aquele que fala pelos que não falam, que canta pelos que não cantam, que não têm até, num certo sentido, biografia pessoal. É muito difícil eu dizer isso porque desde a infância eu queria ser escritor; então, talvez, eu admitisse que escrevo por uma espécie de afirmação pessoal. Se eu não escrevesse não me sentiria vivo, não me sentiria existindo. A única explicação que me ocorre é que escrevo para ser, para sentir que existo. É aquela história: escrevo, logo existo. Uma resposta meio cartesiana"
Lêdo Ivo

"Creio que o objetivo é a própria escrita. Escrever é realizar um desejo que é forte. Como eu já disse, é uma fatalidade, uma vocação. O ato de escrever é um ato que me realiza, independente se o trabalho tenha ou não tenha sucesso: não me interessa mais isso. Escrevendo, eu me realizo"
Lygia Fagundes Telles

"Minha relação com as palavras é órgástica. Escrevo porque preciso ter relações com elas para viver em paz. Depois que uso uma palavra nova, ela me beija. Quer dizer que gostou de mim. Eu sou de bem com as palavras que uso porque elas me são"
Manoel de Barros

"Não sou escritor, nem nunca tive vocação para escrever. Sou jornalista, sempre escrevi por necessidade minha vida inteira"
Millôr Fernandes

"Escrevo para não apodrecer. E porque, além de sofrimento, me dá uma grande alegria, como talvez nada mais me dê"
Nilton Resende

"Sou um escritor essencialmente horizontal. Não posso pensar mais do que quando estou encostado, com um cigarro nos lábios e uma xícara de café ao alcance da mão. A xícara de café pode ser trocada por um copo de vodka, não há por que ser maníaco. Não uso maquina de escrever, redijo à mão, com lápis. Trabalho quatro horas por dia durante quatro meses por ano. Sou um estilista: me preocupa mais onde colocar uma vírgula que ganhar o prêmio Nobel"
Truman Capote

Ouvi de uma sábia senhora que o ato de escrever não era tão fácil, como alguns imaginavam. Não era apenas sentir a palavra simplesmente transbordar da memória ou do agora. Não eram as rimas pobres que faziam um belo poema. Refleti então que não escrevo. Apenas sinto. Sentir para mim é mais fácil. Por isso, para aqueles que sentem, apresento mais uma companheira.

6 comentários:

Pra Fazer Bonito disse...

Kassia, ótima ideia essa sua. Amei cada depoimento!!!
bjs

Paulinha Felix disse...

Reunir tais pensamentos e dividi-los é atitude que só poderia vir de uma pessoa Nobre como você, Kassia!

Adorei!

NiltonResende disse...

Escrevo para não apodrecer. E porque, além de sofrimento, me dá uma grande alegria, como talvez nada mais me dê.

Vanessa Monique disse...

Literatura é vida no papel.
É a melhor coisa que existe.
Jah ouviu falar de caio fernando Abreu?
Jornalista gaúcho,só q já falecido.
Maravilhoso!

Te espero no meu blog.
Acesse e comente,que passarei sempre aki!
www.fluem.blogspot.com

:*

CASU Wood disse...

A melhor parte foi a ultima! Concordo com certeza! Muito bom texto!

Vanessa Monique disse...

Oiee,então sobre Eliane Brum ainda não tinha ouvido falar,mas vou procurar.
E qnt ao Caio,sim é maravilhoso tudo o que ele deixou.
Identifico-me mt.
:*