- E então?
- Seria o fim?
- Não. É apenas o começo.
- Ok então. Mas como você está?
- O meu sentir não encontra palavras.
- Tenta.
- SORTE.
- Não acredito nela.
- Nem eu. Mas ela é o meu caminho.
- Então siga.
- Estará comigo?
- Se disser que sim...
- Diga.
- Estarei.
- Obrigada.
"Quase sempre a lápis em pedaços esparsos de papel, seguindo o curso aleatório de meus devaneios ou de minhas caminhadas" "O narrador é um ser feito de palavras, não de carne e osso, como os autores tendem a ser"
terça-feira, 30 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Sobre o diploma
Alceu Amoroso Lima escreveu em 1958, o livro O Jornalismo como Gênero Literário e o tema não poderia ser mais atual.
Se o estilo comum do jornalismo exige certas condições intrínsecas e rigorosas, já que o estilo próprio admite, como sempre, a máxima liberdade. Preenchidas as condições comuns – precisão, concisão, clareza, cultura – então a liberdade, em vez de ser condicionada pelo gênero, é uma exigência dele mesmo e da condição do próprio jornalista, que é um artista como outro qualquer.
Essa característica do estilo próprio passa então a ser a própria afirmação da personalidade, aquilo que faz com que um jornalista seja diferente do outro e constitua o seu mundo à parte, o seu estilo próprio. Goethe já dizia que a maior força da liberdade estava, não em fugir à disciplina, mas em ultrapassá-la. Assim, o estilo próprio de cada jornalista, em face das exigências comuns do estilo jornalístico. Aí não há limites nem prescrições.
Há o mistério da vocação. Pois cada artista nasce aquilo que pensa fazer nascer. Já é ou nunca será. Nasce-se jornalista, como se nasce poeta ou orador, ensaísta ou colecionador de porcelanas. Há um talento inato que nada supre. Como há, também, uma preparação que, longe de matar esse talento, pode dele tirar o que a natureza, entregue a si mesma, não tiraria. Não sou contra os cursos de jornalismo. Só temo é que se queira algum dia confundir o diploma com a vocação.
Nascitur poeta, diziam os romanos. Nasce-se jornalista, como se nasce professor ou romancista. A formação universitária é apenas um aperfeiçoamento de qualidades nativas. Mas como no campo poético, vale mais que tenha inclinação, do que quem tenha técnica, no campo do jornalismo também vale mais que tenha vocação para o gênero do que quem tenha preparação para o mesmo. Uma coisa não exclui a outra. E o ideal é sempre a preparação completando, não suprindo, a vocação. O diploma de jornalismo, portanto, é apenas um certificado de estudos, não um atentado de valor.
Se o estilo comum do jornalismo exige certas condições intrínsecas e rigorosas, já que o estilo próprio admite, como sempre, a máxima liberdade. Preenchidas as condições comuns – precisão, concisão, clareza, cultura – então a liberdade, em vez de ser condicionada pelo gênero, é uma exigência dele mesmo e da condição do próprio jornalista, que é um artista como outro qualquer.
Essa característica do estilo próprio passa então a ser a própria afirmação da personalidade, aquilo que faz com que um jornalista seja diferente do outro e constitua o seu mundo à parte, o seu estilo próprio. Goethe já dizia que a maior força da liberdade estava, não em fugir à disciplina, mas em ultrapassá-la. Assim, o estilo próprio de cada jornalista, em face das exigências comuns do estilo jornalístico. Aí não há limites nem prescrições.
Há o mistério da vocação. Pois cada artista nasce aquilo que pensa fazer nascer. Já é ou nunca será. Nasce-se jornalista, como se nasce poeta ou orador, ensaísta ou colecionador de porcelanas. Há um talento inato que nada supre. Como há, também, uma preparação que, longe de matar esse talento, pode dele tirar o que a natureza, entregue a si mesma, não tiraria. Não sou contra os cursos de jornalismo. Só temo é que se queira algum dia confundir o diploma com a vocação.
Nascitur poeta, diziam os romanos. Nasce-se jornalista, como se nasce professor ou romancista. A formação universitária é apenas um aperfeiçoamento de qualidades nativas. Mas como no campo poético, vale mais que tenha inclinação, do que quem tenha técnica, no campo do jornalismo também vale mais que tenha vocação para o gênero do que quem tenha preparação para o mesmo. Uma coisa não exclui a outra. E o ideal é sempre a preparação completando, não suprindo, a vocação. O diploma de jornalismo, portanto, é apenas um certificado de estudos, não um atentado de valor.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Poema para o Dia dos Namorados
O amor é a mula sem cabeça que ronda a tua porta e te chama pelo nome.
Bicho papão que devora, sem mastigar,o teu pequeno coração palpitante.
É o vampiro que te planta os caninos na garganta num batismo de sangue e orgasmo múltiplo
Frankenstein que te mutila e desventura, cada pedacinho uivando de dor, gemendo de gozo e pedindo mais.
Lua cheia, na garupa do lobisomem, você galopa pelas encruzilhadas do ciúme, da traição, da loucura.
Sob a máscara do fantasma da ópera te oferece um dueto lírico e uma lição grátis de tortura sadomasoquista.
O amor faz de você a maldição da múmia, cada tira de gaze arranca do teu coração gritos de êxtase e volúpia.
O amor tem boquinha pintada cornos de fogo rabo torcido.
O amor é o diabo.
(Dalton Trevisan)
Bicho papão que devora, sem mastigar,o teu pequeno coração palpitante.
É o vampiro que te planta os caninos na garganta num batismo de sangue e orgasmo múltiplo
Frankenstein que te mutila e desventura, cada pedacinho uivando de dor, gemendo de gozo e pedindo mais.
Lua cheia, na garupa do lobisomem, você galopa pelas encruzilhadas do ciúme, da traição, da loucura.
Sob a máscara do fantasma da ópera te oferece um dueto lírico e uma lição grátis de tortura sadomasoquista.
O amor faz de você a maldição da múmia, cada tira de gaze arranca do teu coração gritos de êxtase e volúpia.
O amor tem boquinha pintada cornos de fogo rabo torcido.
O amor é o diabo.
(Dalton Trevisan)
sexta-feira, 5 de junho de 2009
nítida
Hoje vi a luz mais nítida. Parecia que ela flutuava e era palpável. Tão imenso era seu brilho, que ficou ali. Ontem enxerguei o ar dos poros. E eles disseram coisas poeirentas e indecisas.
Não tinha nada para contar. Parava um instante. Instante imaginativo que tirava o sono. Meia noite. Buscava pensar. Misturava a falta de descanso de hoje com a ausência de vontade de amanhã. Tomei café e adormeci.
Não tinha nada para contar. Parava um instante. Instante imaginativo que tirava o sono. Meia noite. Buscava pensar. Misturava a falta de descanso de hoje com a ausência de vontade de amanhã. Tomei café e adormeci.
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