domingo, 12 de abril de 2009

Carregadores de leite

Julho sempre era mais frio. Uma neblina arrastava os pensamentos para a terra dos meus ancestrais e tudo tinha um aroma de leite fresco. Lembro como hoje e lembrarei amanhã, do leite branquíssimo que eu levava com a dificuldade dos meus sete anos. Era uma grande responsabilidade, havia disputa escancarada dos mais novos, que perdiam o posto de carregadores de leite para aqueles com mãos mais fortes. Naquele dia, fui a escolhida e com muito orgulho observei a senhora gorda derramar o líquido branco na minha frente e no meu balde. Ela tinha um pesado andar e abria a porta com satisfação. Nela dizia: vende-se leite. Ainda sinto o forte cheiro em minhas mãos, aroma bom! Imagem boa, uma grande cachoeira para os olhos. Imaginava morar ali. Eram segundos de distração. No peito, o triunfo e nas mãos, o nervosismo. Os pés cambalearam nas ladeiras daquela cidade. Perto do cuscuz amarelo, o leite se fez. Missão cumprida! Fui brincar de queimada no meio das ruas de Santana...

sábado, 4 de abril de 2009

Morte

poros, pele pura passa perto próximo pela paixão particular profunda permanente possível por...

divino desejo de doses diluídas dentro da dor deveras dorme dilacerada dentro de ....

espera eterna entre eu e ....

morte minha