Eu ainda não sou humana. Traduzo um estranho sentimento, que poderia ser chamado de dor ou principio da morte. Ao adormecer, os olhos continuam entreabertos. O sono profundo com pequenos pontos coloridos, que alcançam os cômodos do quarto. É a morte, ela ousa e não avisou sua chegada. De longe, uma vastidão azul. O dia de ontem.
Ontem, morri olhando para o mar. Foram segundos, diferente da eternidade. O mar estava limpo, azul. Traçados negros cortavam o céu, eram bailarinas- eram urubus. Neste angulo, não se pareciam com bichos nojentos, comedores de lixo.
Acompanhei aquele pequeno espetáculo dançante, pareciam que eles me acompanhavam, seguiam a morte.
Atravessei a passagem sem torna-me humana. Sem o gosto, sem o gozo, sem a plenitude. Atravessei e gostei. A morte era doce e a vida doía meus pés.
6 comentários:
Q MASSA :)
gostei msm Cacilda
ps. eu tbm dormi
Bem emo :p
Se for assim, não há porque temer!
Adorei: "Traçados negros cortavam o céu, eram bailarinas- eram urubus."
bjs
Você não é humana, é hiperhumana, cidadã do século XXI! Gostei do Blog, da tentativa paradoxal de buscar um diálogo entre o jornalismo e literatura... ousadia é pensar , fazer linguagem...siga em frente. Abraços, Magnolia.
Bem que eu queria, foi apenas um conto que fiz para um estranho...
Só pra não esquecer de escrever!
=**
kd?
acabou foi?
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