sábado, 29 de outubro de 2011

Encontros com a Felicidade Clandestina

A gordinha desajeitada sentava entre os adultos em uma sala que não era de aula porque era de estar. Ali, a escritora Arriete Vilela evocava Clarice Lispector e o seu conto “Felicidade Clandestina”. A partir daquele dia, a menina gordinha passou a imaginar a personagem do conto encarnada naquela que narrou a história. Arriete se transformou em uma “rainha delicada” na imaginação da pequena.

Anos passam e a garota sentava entre os melhores amigos ao reencontrar a figura da rainha. Era a "própria esperança da alegria" ao relembrar a infância e as primeiras leituras.

A surpresa maior foi, já em terras distantes, a felicidade lhe encontrar novamente. Foi quando ela percebeu que já não era uma garota e sua primeira leitura, e sim "uma mulher com o seu amante”.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vai participar da V Bienal de Alagoas? Confira a dica:

A V Bienal Internacional do Livro de Alagoas contará com o lançamento do livro Veredas Caminhos e Riachinhos da escritora alagoana Lúcia Nobre. A autora é uma poetisa apaixonada pelo sertão. Na verdade, sertões: aquele da terra seca de sua infância na cidade interiorana de Santana do Ipanema. Aquele Grande Sertão: Veredas do mestre Guimarães Rosa. “Nascer no sertão é embrenhar-se em sua alma rústica que precisa ser lapidada e amada”, escreve.
A obra, que será apresentada ao público da Bienal nesta terça-feira (25), tece histórias sobre os sertões e suas belezas. Para isso, a autora evoca o poeta mineiro e a sua relação com o sertão: os amores do jagunço Riobaldo (Grande Sertão: Veredas); a conversa com o Famigerado (Primeiras Estórias); o diálogo com Augusto Matraga (Sagarana) e outras personagens de Rosa.
Lúcia descreve sua cidade natal, Santana do Ipanema, e a beleza daqueles que enaltecem a cultura vinda da terra seca. O resultado é o que a autora denomina de “entrecruzamento das culturas dos sertões”.
O lançamento do livro Veredas Caminhos e Riachinhos será, a partir das 19h, no estande da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames). A V Bienal acontece no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso.

Sobre a autora

Lúcia Nobre é professora de Literatura Brasileira e escritora. É membro efetivo da Academia Alagoana de Cultura/ Maceió/AL e sócia honorária da SOBRAMES/AL - Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Veredas Caminhos e Riachinhos é o nono livro da autora, cuja produção inclui a obra A Arte Rosa do Popular ao Erudito, título da EDUFAL e o romance O Sonho de Alice, da HD Livros Editora.

Serviço
O quê: Lançamento do livro Veredas Caminhos e Riachinhos, da escritora alagoana Lúcia Nobre.
Onde e quando: na V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, terça-feira (25), às 19h.
Informações: lucinha_nobre@yahoo.com.br

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desordem

"Os fatos principais na vida humana são: nascimento, alimentação, sono, amor e morte". Eu digo: não, necessariamente, nessa ordem.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Meu encontro com Eliane Brum

Vesti a minha melhor roupa, um vestido comprado especialmente para este momento. Meus cabelos estavam recém-lavados e uma fina maquiagem cobria minha face. Segui timidamente até a Livraria Cultura, 20 minutos da minha residência, para o lançamento de “Uma Duas”, primeiro romance de Eliane Brum. Parecia criança com seu novo brinquedo. Adolescente com o primeiro namorado. Parecia o meu encontro com Eliane Brum.
Com a serenidade que já desconfiava, ela escreveu palavras pretas nos meus/seus livros. (“A vida que ninguém vê”; “O olho da rua” e “Uma Duas”). Ela era alta, como eu não imaginava. Porte de atleta que joga dados em Olimpíadas. Brum é simpática, como eu esperava. Não falava muito, apenas sorria. Parecia estar nervosa.
- Ela é sua fã. Estudou você na pós-graduação e agora no mestrado. Revelou o Jr.
- Sério??? Respondeu a autora.
Eu permaneci muda. Encantada com aquele pequeno espaço de felicidade.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fruto

A árvore estava convidativa, apesar de nunca ter subido em uma. Olhou para o fruto tão vermelho que parecia esboçar um sorriso daquele que espanta qualquer tristeza. Tão límpido e visivelmente saboroso. Poderia se deliciar em instantes divinos, mas receou a queda e no chão permaneceu. Ali, em terra firme, pode imaginar o sabor daquele que nunca seria seu. O medo paralisava ao ponto de nem tentar erguer as mãos para alcançar aquele que não era inalcançável. Não era capaz. No pensamento, lambuzou-se ao ponto de enjoar daquele fruto e desejar não mais tê-lo. Encheria os bolsos até nada mais caber para, enfim, comer como se não houvesse amanha, como se todos os outros frutos não existissem. Seria fiel aquele desejo até o momento de encontrar outra árvore e nela não subir.